O The Merge alterará de forma definitiva a tokenomia da Ethereum, proporcionando à rede uma forte redução em sua taxa de inflação, bem como uma redução em sua taxa de emissão de novos tokens – efeito que será sentido, ainda, ano após ano.
Nesse momento, os olhos do mercado criptográfico se voltam para a Ethereum, que está passando por uma grande atualização em sua maneira de validar as suas transações feitas em seu código da blockchain.
De prova de trabalho, ou proof of work, agora a rede passa a utilizar a prova de participação – ou proof of stake – para fazer a validação das transações que ocorrem em seus blocos.
Na prática, essa mudança resultará no fim da possibilidade de mineração da criptomoeda nativa da rede, o Ether. Além da redução de Ether que será lançado ao mercado, outra influência importante na forma de tokenomia da rede é a quantidade de Ether que passará a ser queimada anualmente. Essa quantia que será queimada é advinda da taxa de transação da rede.
Dessa forma, a rede Ethereum, por meio do The Merge, certamente se tornará deflacionária, o que irá fazer com que o token se torne mais valioso com o passar do tempo.
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A cada novo bloco criado por um minerador, ainda sob o processo de validação de proof of work, a Ethereum paga 2 ETH para quem consegue concluir em tempo todo o cálculo matemático que libera, de fato, a criação do bloco.
Já para os uncle block, a rede paga, atualmente, 1,75 EHT. Os uncle blocks são blocos em que quase se perde o tempo de criação para outro bloco criado no mesmo momento. Esses uncle blocks ficam de fora da blockchain principal, mas o minerador ainda recebe uma pequena recompensa para cada uncle block devidamente minerado.
Em média, 13 mil ETH são emitidos a cada dia como recompensa a mineradores e, diante disso, 13 mil ETH deixarão de ser despejados no mercado diariamente.
O proof of stake funciona por meio de nodes de validação. Esses nodes fornecem uma grande quantidade de ETH para que haja uma garantia para a rede e, em troca disso, poderão criar novos blocos na rede Ethereum.
Dessa forma, a rede não precisará mais ter garantias para cobrir as despesas dos seus mineradores, se tornando uma rede muito mais eficiente em relação à forma como as recompensas são produzidas por meio dos blocos.
Esse novo sistema terá uma metodologia de pagamentos mais dinâmica, o que fará com que esse novo modelo varie tendo como base alguns fatores importantes, como, por exemplo, a quantidade de ETH que cada node validador deixou em stake para a garantia da rede.
Tendo como base a atual quantidade de ETH em staking, a rede utilizará cerca de 1,6 mil ETH por dia, indicando que haverá uma taxa de inflação de 0,5%, o que, na prática, significa que tão logo o The Merge aconteça, haverá também uma grande redução efetiva, que pode chegar a 90% da emissão diária de ETH.
Quanto mais ETH permanecer em staking, mais a emissão irá aumentar, podendo chegar até 5 mil ETH por dia. No entanto, ainda que com esse aumento, o rendimento do valor efetivo de cada node validador terá sido reduzido, na prática.
A queima de tokens é um dos fatores que mais gera impacto quando se trata da taxa de inflação da Ethereum.
Essa taxa de que estamos tratando é aquela que pagamos à rede Ethereum a cada vez que fazemos uma transação na rede. Ainda que discreta, essa taxa é dividida entre a rede, que queima toda a sua parte recebida e a outra parte é paga ao minerador, que recebia, então, 2 ETH pelo bloco minerado e a parte da taxa de transação, que é paga, devidamente, pelo próprio investidor.
Desde que a queima das taxas de transação foi introduzida, mais de 2,6 milhões de ETH já foram destruídos, evitando, dessa forma, que esses tokens fossem despejados no mercado, causando a desvalorização do ativo.
Apenas com isso, quase a metade da taxa de inflação da rede é reduzida.
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