A Zero10 é confiável? Não deixe de ler antes de investir

A Zero10 é uma plataforma de investimentos criada para intermediar as operações financeiras em criptomoedas. Em 2019 a CVM condenou a empresa Zero10 por práticas ilícitas envolvendo a venda de planos de investimentos coletivos. 

A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, tinha emitido 2 comunicados falando sobre a irregularidade da Zero10 no Brasil.

A empresa não tinha autorização para operar no mercado nacional. Posteriormente sob investigação a Zero10 Club foi acusada de ser uma pirâmide financeira de bitcoin. 

O que é a Zero10 Club? 

A Zero10 Clube era uma empresa do grupo Gensa Serviços Digitais. A empresa realizava oferta de contratos coletivos de investimentos em bitcoin. A empresa tinha uma plataforma que intermediava a compra e a venda das criptomoedas.

Mas, o que a Zero10 Club fazia era ofertar dentro da sua plataforma os planos de investimentos com lucro de 5% a 20% ao mês. 

A CVM notificou por duas vezes a Zero10. A empresa estava proibida de oferecer os contratos de investimento, mas continuou a realizar a oferta através da Genbit sua plataforma de negociação de moedas digitais.

O site da Genbit ainda está online e oferece negociações em criptomoedas, a empresa pertence a Nivaldo Gonzaga dos Santos que responde por crime de estelionato, junto com seu enteado Gabriel Tomaz Barbosa.   

genbit zero10

Zero10 club é confiável? 

Não, Nivaldo Gonzaga dos Santos, dono da Zero10 já montou mais de 3 vezes empresas estruturadas pelo esquema de pirâmide. Sua plataforma de investimentos Genbit e a criptomoeda Treep Token (TPK) são uma fraude.  

A TPK moeda da Genbit era oferecida dentro de um programa de vantagens para os clientes da Zero10. A Genbit trocava os bitcoins dos investidores por TPK.

A TPK é uma moeda totalmente sem valor e sem liquidez. Muitas pessoas perderam dinheiro na Genbit por causa dessa troca. Orientamos que você não faça a troca de bitcoins por moedas que não possuam liquidez no mercado.

Sempre faça a compra ou venda de bitcoins dentro de plataformas seguras e reconhecidas internacionalmente. 

Como funciona a zero10? 

zero10 prometia ganhos com prazo de até 24 horas. Os planos de investimentos renderiam entre 5 a 15% ao mês (dependia do plano). Todos os contratos eram compostos por duração de 36 meses. Os planos de investimentos eram:  

  • 100 dólares com rendimento de 5% 
  • 750 dólares com rendimento de 10% 
  • 7.500 dólares com rendimento de 15% 

Bitcoin Zero10 

Para investir nos planos da Zero10, a pessoa deveria criar uma conta na exchange Genbit para comprar bitcoin do grupo Gensa Serviços Digitais S/A.

O bitcoin era transformado nas cotas digitais da Zero10. Quanto maior o aporte maior o lucro mensal, o plano de 7.500 dólares prometia render 15 % ao mês.  

A Zero10 sempre dependeu da Genbit para funcionar, afinal a exchange fazia a troca de dólar para bitcoin. Mas o outro problema é que a Genbit não era uma exchange. E podemos dizer que as duas empresas até eram a mesma. Afinal quando a CVM fechou a Zero10, os planos de investimentos passaram para a Genbit.

Zero10 era pirâmide?  

Sim era uma pirâmide financeira. A Record através do Domingo Espetacular expôs a fraude para todo Brasil. Cerca de 45 mil pessoas caíram no golpe da Zero10 Club.

O líder do esquema de pirâmide era Nivaldo Gonzaga dos Santos, ele conseguiu através de discursos ousados fazer a Zero10 durar 2 anos no Brasil. 

Genbit e a Zero10 são a mesma empresa, ambas do Grupo Gensa, as duas eram estruturadas em forma pirâmide financeira, para que o esquema fosse lucrativo Nivaldo teria que envolver a maior quantidade de pessoas para ganhar dinheiro. Quanto mais gente, mais a pirâmide crescia e maior era o lucro para quem estava no topo ganha (Nivaldo). 

No início é fácil de acreditar nas promessas de ganho fácil, porque quem entrou primeiro no esquema consegue ganhar dinheiro, então existe prova social para as outras entrarem e confiarem. Mas posteriormente os últimos investidores perderam seu investimento. 

Reclamações 

Na reportagem da Record, exibida do Domingo Espetacular, é possível ouvir o relato de um dos investidores que perdeu na Zero10.

O nome da vítima está mantido sobre anonimato, ela disse:

“Sempre tive um pé atrás com a empresa, mas por ver outras pessoas comprando apartamentos e carros investi R$ 27.500 reais, dinheiro retirado da minha poupança e que não rendeu nenhum centavo na Zero10”.  

A empresa captava clientes através de workshops e prometia uma transformação financeira na vida daquelas pessoas. Os eventos eram uma forma mais atrativa para captar novos clientes para Zero10.

Os investidores da Zero10 convidavam as pessoas para participarem da reunião, eles eram chamados de embaixadores, os embaixadores recebiam uma bonificação de 2.500,00 reais por indicação. 

Zero10 club Reclame Aqui 

Zero10 club Reclame Aqui 

Dentre as reclamações mais frequentes da Zero10 estão:

  • Pedido de estorno de investimentos
  • Bloqueio do acesso ao office zero10 club 
  • Falta de comunicação 

Os depósitos pararam de cair em setembro de 2019. A reportagem da Rercord foi ao ar no dia 17 de maio de 2020, naquele momento o esquema de pirâmide tinha feito 45 mil vítimas no Brasil. 

A polícia de Campinas, São Paulo investigou a empresa e o delegado responsável apontou os seguintes crimes: 

  • Lavagem de dinheiro 
  • Estelionato 
  • Formação de organização criminosa 
  • Crime contra o sistema financeiro 

O Ministério Público de São Paulo também investigou a Zero10, a ação diz que o grupo era especializado em envolver empresas estrangeiras para captar investimentos, cujo objetivo era retardar ao máximo a devolução do dinheiro captado aos investidores enganados. 

New Tiger Merchant Bank 

A New Tiger Merchant era um banco que estava ligado a Genbit, a empresa está sendo investigada pelo esquema fraudulento em criptomoedas. Atualmente a New Tiger mudou de nome para Icon Digital S/A. 

Explicações de Nivaldo 

Nivaldo, líder do Genbit e Zero10, fez uma live para tentar explicar o que aconteceu com o dinheiro dos investidores. Na ocasião ele afirmou que os valores foram todos convertidos na criptomoeda da Genbit a TPK. Porém a moeda não possui liquidez desde novembro de 2019. 

O líder do esquema anunciou que iria pagar seus investidores com TPK e que eles poderiam utilizar-la em estabelecimentos credenciados. Mas o projeto não funcionou.  

Quem é Elifelete Marcondes da Silva? 

Elifelete Marcondes da Silva era conhecido como um dos embaixadores da GenBit no Brasil. Elifelete era um líder religioso da Congregação Cristã do Brasil.  

Segundo a Congregação Cristã do Brasil, todos os membros que faziam parte da Genbit incluindo Elifelete foram destituídos dos cargos e ministérios da igreja, após o esquema de pirâmide ser revelado. 

O líder dizia que o conforto e o luxo eram possíveis para todos que “investissem” na GenbitElifelete Marcondes da Silva pode ter influenciados alguns evangélicos a entrarem no esquema.  

A empresa fechou? 

Sim a Zero10 Club fechou e está sendo investigada pelo Ministério Público por fraude com as criptomoedas.

Genbit (Zero10) deve mais de 150 mil em direitos trabalhistas para seus funcionários, a empresa demitiu todos sem pagar os direitos trabalhistas. 

Os funcionários foram mandados embora no início de 2020 sem direito a verba de rescisão. Alguns funcionários relatam que o salário de dezembro e janeiro estava atrasado. 

Segundos um ex funcionário da Genbit, a empresa disse que não tinha dinheiro em caixa para manter a folha de pagamento. 

Calote desmascarado por ex funcionários 

Os exs funcionários da Genbit relataram a fraude do ponto de vista deles. Um dos funcionários ligados ao suporte disse que o bitcoin era o serviço mais atrativos dentro da plataforma. E que os funcionários foram orientados a travar os saques dos clientes em outubro de 2019. 

O motivo para travar os pagamentos em outubro de 2019 foi:

“A empresa pegou todo o dinheiro dos investidores e investiu na criptomoeda TPK”.

A TPK é um dos projetos da Genbit, outro funcionário confirmou que o saldo dos clientes da Genbit foi transferido para uma carteira em nome de Gabriel Tomaz Barbosa.

A suposta carteira ligada ao entediado de Nivaldo, teria 498 bitcoins, cerca de 387 milhões de reais na cotação atual do bitcoinOs bitcoins pertenciam aos investidores da Genbit, segundo uma ex funcionária.  

A dívida da Genbit se estende aos seus funcionários, tinham funcionários que estavam há dois meses sem salário. O salário do suporte era de 1.800 reais, cerca de 40 pessoas trabalhando para empresa.

Daria 144 mil somente em direitos trabalhistas. Nesse valor será acrescentado 5% de multa e 1% ao dia, para cada dia de atraso segundo a legislação trabalhista. 

A empresa disse que atrasou porque a justiça bloqueou seus bens, mas que estava trabalhando para resolver o problema. Algumas empresas ligadas a Genbit, como por exemplo, a Voll, que fornecia os serviços de chat no site, ficaram sem pagamento desde novembro de 2019. 

Ameaças 

Os funcionários da Genbit relatavam que sofriam ameaças e assédios antes da empresa fechar. Os investidores que perderam dinheiro iam até a sede para enfrentar os trabalhadores.  

Outra funcionária disse: a Genbit nunca agiu com verdade com seus clientes. E  o dinheiro foi investido na plataforma e aplicado no projeto TPK. 

Bitcoin para TPK 

A empresa criou a criptomoeda TPK e deixou as operações com bitcoin. A TPK não possui nenhuma liquidez, ou seja, não pode ser convertida em dinheiro, a moeda não vale nada.

A ideia da Genbit era colocar TPK em circulação para que ela operasse em máquinas dentro de estabelecimentos comerciais, mas o projeto mudou e não deu certo.