Foi revelado nesta segunda (19), que o Grupo Bitcoin Banco (GBB), tem uma dívida de pelo menos R$ 1,6 bilhão com os seus credores no processo de Recuperação Judicial (RJ).
O valor devedor é, portanto, o triplo do apontado no início de 2020 pela própria empresa.
Todavia, o montante pode ser ainda maior, uma vez que alguns clientes estão reclamando em grupos no aplicativo telegram que seus valores não foram corrigidos e estão errados, representando menos dinheiro do que de fato é devido.
A informação foi divulgada através EXM Partners que divulgou uma lista com todos os credores e seus respectivos valores.
A lista foi publicada dentro do processo de recuperação judicial das empresas que formam o GBB.
A ação judicial tramita na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da capital paranaense desde o final de 2019.
Os credores da empresa têm dez dias para contestarem as informações contidas na lista publicada pela EXM.
Portanto, qualquer credor que perceber incorreções nas informações a seu respeito, deve procurar resolver a questão em dez dias a partir da publicação da decisão, o que ainda não ocorreu.
A juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso, por sua vez, ordenou há alguns dias que a empresa precisa depositar o equivalente a 7 mil bitcoins em uma conta judicial, conforme reportado pelo Cripto Economia.
Além disso, caso o Ministério Público tenha alguma contestação aos termos da RJ, ele pode se pronunciar nos próximos dias a respeito.
Segundo o documento divulgado nesta segunda, a empresa deve pelo menos R$ 1,52 bilhão para investidores (credores quirografários), cerca de R$ 20 milhões para empresas (credores ME e EPP) e quase R$ 7 milhões para antigos colaboradores (credores trabalhistas).
De acordo com a lei de falências ( nº 11.101/2005), os credores trabalhistas têm prioridade para receber os valores.
Em último lugar na lista, conforme a legislação, estão os chamados “investidores”.
Portanto, a chance das pessoas recuperam o valor integral do que colocaram no GBB é praticamente nula.
O GBB, grupo suspeito de ser um esquema fraudulento está em processo de recuperação judicial desde o final de 2019.
Em maio deste ano, em plano de recuperação judicial apresentado à Justiça, a empresa informou que iria pagar os credores em 84 parcelas.
Em outras palavras, deve quitar a dívida total somente em alguns anos.
A empresa, sediada em Curitiba, não libera saques para seus clientes desde o início do ano passado.
Desde aquela época, a empresa informou que não conseguiria mais liberar dinheiro porque teria sido alvo de uma fraude eletrônica.
Porém, a Polícia Civil do Paraná, que investigou o caso, não encontrou provas da alegação e destacou a falta de interesse do grupo em elucidar os fatos.
Ainda no início de 2020, a juíza Camile Santos de Souza Siqueira, da 3ª Vara Criminal de Curitiba, disse que o GBB pode ter operacionalizado uma “fraude sofisticada e complexa”.
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