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México irá lançar a sua própria moeda digital até 2025

Postado por em 26 de April de 2022 , marcado como

Em uma audiência que ocorreu no Senado mexicano, no último dia 21 de abril, Victoria Rodriguez Seja, chefe do Banco Central do México, disse que há um projeto para a criação e liberação de uma criptomoeda essencialmente mexicana até o ano de 2025.

O anúncio vem a público em um momento em que diferentes economias americanas discutem a regulamentação de criptomoedas, enquanto outras discutem o lançamento dos seus próprios criptoativos.

No México, uma das mais importantes economias do continente americano, a distribuição da CBDC ocorrerá, de acordo com o presidente do país, Fonseca, a fim de agilizar o processo de pagamentos que ocorrem em solo mexicano, tornando esse mecanismo totalmente automatizado e muito mais funcional, rápido, seguro e eficiente.

Até o momento, o cronograma de apresentação do CBDC tem acumulado pelo menos um ano de atraso em relação ao seu plano de desenvolvimento. Em 2021, em dezembro, o governo mexicano anunciou, por meio da sua conta oficial no Twitter, que o lançamento ocorreria em 2024, mas, devido aos atrasos no desenvolvimento da criptomoeda, agora já se fala em liberá-la ao público em 2025.

Conforme o interesse pelo CBDC aumenta, o mercado mexicano espera que o projeto encabeçado pela senadora Indira Kembis, de introduzir o Bitcoin como moeda oficial no país, perca a sua força.

No entanto, ainda assim, haverá, em junho, uma proposta de emenda à Lei de Fintechs e Criptomoedas mexicana que proporá a adoção da criptomoeda no país, mesmo em meio a uma grande resistência do governo mexicano para a adoção do Bitcoin, nos moldes de El Salvador.

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“É inevitável”, diz Indira Kembis sobre a adoção do Bitcoin como moeda oficial no México

O debate travado no Senado mexicano sobre a adoção do Bitcoin como moeda fiduciária do país já ganha proporções cada vez maiores e, mesmo frente ao anúncio do Banco Central do México sobre a criação da sua própria criptomoeda, Indira Kembis – senadora e autora de diferentes projetos de lei que, se aprovados, tornarão o Bitcoin a moeda fiduciária no México – também veio a público para informar que protocolará o primeiro projeto para votação ainda nesse primeiro semestre.

Indira Kembis se tornou o principal nome a capitanear a proposta relacionada ao Bitcoin no Congresso do México e foi, no começo de abril, uma das vozes mais aguardadas na Conferência Bitcoin 2022, que ocorreu em Miami.

De acordo com a parlamentar, há um grande interesse e abuso por parte das autoridades monetárias dos países em relação às criptomoedas, que necessitam, cada vez mais, de mecanismos legais para que quem empreende e investe nesse tipo de ativo possa ter seus direitos assegurados.

Segundo Indira, se a proposta de tornar o Bitcoin a moeda corrente no país, o México passará a ser um país mais inclusivo quando se tratar do sistema financeiro. No país, mais de 60% da população vive excluída do sistema financeiro – em janeiro de 2020, no Brasil, as pessoas que viviam à margem do sistema financeiro totalizavam 29% da população, para efeito de comparação.

A parlamentar assume que a adoção de uma criptomoeda poderia contribuir com a eliminação dessas lacunas de desigualdade quando se trata do acesso ao sistema financeiro e, o fato de se tratar de um sistema financeiro descentralizado, poderia contribuir ainda mais com isso.

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A adoção das criptomoedas pelo mundo

Até esse momento, El Salvador é o único país do mundo a ter tornado uma criptomoeda – o Bitcoin, tal como no caso mexicano – a sua moeda corrente e de curso legal.

Em El Salvador a proposta de adotar o Bitcoin como moeda fiduciária foi apresentada ao país pelo próprio presidente, Nayib Bukele, em junho de 2021. Uma vez votada e aprovada pelo Congresso do país, a medida entrou em vigor já em setembro de 2021, o que consistiu em um evento bastante rápido.

Antes da chamada “lei do Bitcoin”, mais de 70% dos salvadorenhos não tinham qualquer tipo de acesso ao sistema de serviços bancários do país. Agora, com a adoção da criptomoeda como a única em circulação no país, esse número vem diminuindo, o que é um marco mais do que importante para um país marcado profundamente por exclusão, violência e desigualdade.

Esse é um processo que pode modificar de forma irreversível um projeto de país, conforme afirma Indira, a parlamentar que pretende seguir os mesmos passos salvadorenhos no México.

 

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