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Fan tokens invadem esporte com promessa de torcedor feliz e dinheiro no bolso

Postado por em 14 de October de 2021 , marcado como

Pouco conhecidos até algum tempo atrás, atualmente os fan tokens estão ganhando cada vez mais popularidade no país, e quatro clubes tradicionais do futebol brasileiro já embarcaram nesta nova viagem: Atlético Mineiro, São Paulo, Flamengo e Corinthians. Com isso, essas equipes estão buscando uma nova alternativa para engajar os torcedores ao mesmo tempo em que conseguem mais uma fonte de renda.

Os fan tokens surgiram em 2019, e durante a crise sanitária acabou se disseminando no esporte, após as partidas de futebol ficarem mais de um ano e meio sem torcida nos estádios. E apesar desse novo criptoativo ter surgido há pouco tempo, ele tem experimentado uma valorização impressionante. O $PSG, ativo digital do Paris Saint-Germain, praticamente dobrou de preço em agosto, quando o clube francês anunciou a contratação de Lionel Messi. E assim que a negociação foi efetivada, o craque argentino até mesmo topou receber uma parcela importante do seu pagamento de bônus de contratação como tokens.

Essa movimentação acabou evidenciado algo que os especialistas no setor já noticiavam no futebol europeu desde a temporada passada: o desempenho dos times dentro de campo e as notícias impactam diretamente o valor dos seus ativos digitais presentes no mercado. “Tecnicamente não deveria. Mas, como a maioria dos criptoativos tem o que se chama de economia dos tokens, que define quanto vai ter de oferta [do ativo], você sabe que vai ter uma oferta conhecida com uma demanda desconhecida. É basicamente um mecanismo de oferta e demanda”, afirma Bruno Milanello, executivo de novos negócios da 2TM, que é a controladora do Mercado Bitcoin.

No auge da expectativa da transferência de Messi para Paris Saint-Germain, o Mercado Bitcoin registrou que a procura pelos tokens do clube parisiense foi maior que a da criptomoeda mais famosa do mundo, o bitcoin. E o interessante disso tudo é que essa opção é aceita como forma de pagamento em inúmeros lugares atualmente. Muitas lojas virtuais e físicas, e até mesmo estabelecimentos como os sites de apostas com bitcoin aceitam a criptomoeda para facilitar a vida dos seus usuários. Quanto às casas de apostas online, elas são outra opção para os torcedores que acreditam em seu time de coração fazerem uma fezinha sem precisar sair de casa.

“Quando um clube passa a ter mais exposição na mídia, acaba atraindo mais atenção. Aí as pessoas começam a procurar mais e, com a oferta limitada, acaba pressionando o preço. Tem relação direta não por desenho do produto, mas mais por dinâmica de mercado e finanças comportamentais”, explica Milanello.

O que realmente são os fan tokens?

Os fan tokens são ativos digitais emitidos utilizando a tecnologia de blockchain. E apesar de não funcionarem exatamente com uma moeda ou valor mobiliários, eles possuem uma função específica dentro do ecossistema em que estão inseridos e onde são aceitos. Isso quer dizer que o usuário não pode utilizar os fan tokens como pagamento, porém as pessoas que os possuem podem usá-los para ter acesso a algum tipo de serviço que tende a variar de acordo com a marca e a plataforma onde o ativo digital funciona.

No caso dos clubes de futebol, os fan tokens dão ao seu dono o acesso a algumas vantagens bem semelhantes àquelas oferecidas ao sócio torcedor, e em sua maioria estão diretamente relacionadas com o ambiente virtual. Exemplos são a participação em lives e votação em enquetes de escolhas das frases escritas no vestiário.

Essas ações não são nenhuma novidade, mas a sua associação aos ativos digitais abriu um novo leque econômico, capaz de movimentar milhões de reais, até mesmo quando as equipes estão fora de campo. Boa parte dos fan tokens hoje comercializados estão associados a duas companhias: a Sócios.com, que se parece com uma rede social onde os donos dos ativos digitais interagem com os times; e a Chiliz, que é uma fintech que emite os fan tokens em uma blockchain exclusiva.

A primeira equipe de futebol a ter um desses ativos digitais foi a Juventus, da Itália, ainda em 2019 – mas logo outros cinco grandes clubes europeus seguiram a tendência. Já no Brasil, o Atlético Mineiro foi o primeiro a adotar a estratégia de engajamento, e de acordo com Felipe Ribbe, gerente de inovação do Atlético Mineiro, “os fan tokens têm um potencial muito grande no médio e longo prazo. A gente quer construir com a Socios uma plataforma de engajamento não só para os nossos torcedores, mas para torcedores de outros clubes, fãs de futebol em geral que queiram interagir com o Atlético”.

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