Agosto está chegando ao fim mas a agenda segue agitada, a semana foi marcada por um viés positivo diferente do resultado da semana anterior, isso graças ao ar de confiança no cenário internacional trazendo otimismo também para o Brasil.
No Brasil a expectativa no começo da semana foi em torno das políticas fiscais, o termo “responsabilidade fiscal” veio em vários momentos da semana inclusive na fala do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, quando o mesmo defendeu a PEC dos Precatórios, projeto que permite que as dívidas que o governo tem (com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios) sejam parceladas a fim de respeitar o teto de gastos e criar uma austeridade fiscal, ou seja, um equilíbrio entre os gastos e a arrecadação do país.
Com isso os investidores respiraram mais aliviados e depois da bolsa ter caído 0,49% na segunda, a fala de Lira sobre a PEC fez o Ibovespa subir 2% na terça e voltar a superar os 120 mil pontos. Em contraparte a reforma tributária, que teve a votação adiada na semana passada ainda não aconteceu, o ministro da economia, Paulo Guedes, disse na sexta feira (20) que “se for piorar melhor não ter”, a fala foi dita quando o ministro foi questionado sobre a falta de consenso na Câmara, um dos motivos do adiamento da votação.
É importante lembrar que as incertezas quanto a continuidade das discussões dessa natureza impactou o mercado durante quase todo o mês de agosto, isso porque a sensação de instabilidade eleva o risco Brasil, o que fez o país amargar perdas profundas na bolsa de valores.
Também foi uma semana marcada pela divulgação dos últimos resultados de balanços corporativos do segundo trimestre das empresas listadas na B3, de modo geral, os dados divulgados até então estão acima das expectativas, mas o risco fiscal e instabilidade política tem tido um peso maior na performance do mercado.
Nos Estados Unidos, a semana inteira foi de expectativas, isso por causa do simpósio anual de política monetária do FED que começou na quinta e teve fala do presidente do FED, Jerome Powell. O simpósio aconteceu em meios às projeções de alta da taca de juros e corte de compras de ativos. A fala mansa de Powell dizendo que a inflação é passageira e que a variante Delta não reduziu a demanda da economia norte-americana animou os investidores. Por aqui, o Ibovespa surfou na onda do otimismo dos Estado Unidos, fechando a semana em alta. Veja a variação da semana na bolsa brasileira:
Os investidores americanos também aguardaram ansiosamente pelos dados sobre o mercado imobiliário, que é um importante balizador para o andamento da economia e geração de empregos no país, as vendas de imóveis subiram 2% em julho ante junho, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Corretores (NAR, sigla em inglês). A expectativa era de queda de 0,5% em julho.
Durante a semana, Washington mostrou que, para eles, dinheiro não é o problema. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma medida para avançar com um orçamento de R$3,5 trilhões à investimentos nas áreas da saúde, educação e clima.
Em São Paulo, a vacinação acelerada tem se mostrado positiva quanto aos casos de Covid no estado. Pela primeira vez nos últimos 16 meses, nenhuma das 645 cidades de São Paulo está com índice de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
No entanto, a pandemia ainda preocupa mundo afora, com exceção da América Latina, quase todos os países do Ocidente vê crescer o número de casos de Covid-19 nas últimas semanas.
Alguns países, como Reino Unido, já passaram pela “quarta onda”, enquanto outros países como Israel, líder em vacinação no mundo, caminharam essa semana para um novo pico.
Depois de uma semana de queda livre para o minério de ferro, ele começou a dar sinais de vida com o otimismo de demanda por aço na China.
Para alguns analistas a queda vista anteriormente foi irracional, sem razões suficientes para tal desvalorização e que é previsto que a commodity volte a apresentar resultados positivos nos próximos dias.
Quem se aproximou da matéria prima foi a Cosan (CSAN3), que anunciou essa semana que vai cria uma mineradora integrada e sociedade com Paulo Brito, fundador e controlador da Aura Minerals. A Cosan terá 37% do novo negócio, com controle compartilhando.
O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que determinou a redução do consumo de energia em órgãos públicos. A medida ressalta a crise hídrica que o Brasil está passando, considerada a pior em mais de 90 anos.
A ideia é reduzir o consumo entre 10% a 20% em relação aos mesmo meses de 2018 e 2019. A economia deverá ocorrer entre setembro de 2021 a abril de 2022.
IPCA-15: a prévia da inflação divulgada no último dia 25 ficou em 0,89% em agosto, a maior para o mês desde 2002. A conta de luz foi um dos principais fatores para esse aumento.
Mercado de trabalho brasileira melhora mais que o esperado: na quinta-feira foi divulgado os dados de julho e segundo Caged foram criadas 316.580 vagas de emprego, com carteira assinada, sendo o sétimo mês consecutivo de saldo positivo, de acordo com o Ministério de trabalho e da Previdência.
A Minerva (BEEF3) celebrou as duas primeiras iniciativas de investimento no mercado da Australia, com a Compra do Sharke Lake e Great Eastern Abattoir, frigorífico especializados em ovinos.
Usiminas (USIM5) fará a distribuição de R$1,211 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio.
Havan teve o IPO negado pela CVM, ao menos nos próximos meses. Já na segunda tentativa da empresa entrar no mercado, dessa vez a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indeferiu o pedido da companhia por problemas na Governança Corporativa da Varejista.
Ambev (ABEV3), Natura (NTCO3) e Raízen (RAIZ4) estão entre as 100 empresas que mais praticam inovação aberta e startups no último ano.
Lojas Renner (LREN3) negou que tenha negociado com autores do recente ataque racker que derrubou o site da varejista na última quinta. Não foi pago nenhum valor pelo resgate.
Nubank fará IPO em breve e quer valer mais que Itaú e Bradesco juntos. A empresa quer chegar ao mercado norte-americano com captação de US$ 3 bilhões.
Ibovespa: 120.677 pontos (+1,65%)
Dólar: R$ 5,20 (- 1,17%)
Euro: R$ 6,13 (-0,84%)
Bitcoin: R$ 250.703 (+4,51%)
Dow Jones: 35.677 pontos (+0,69%)
S&P: 4.509 pontos (+0,88%)
Nasdaq: 15.129 pontos (+1,23%)
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