O que movimentou o mercado na semana de 06/09 a 10/09

Postado por Maria Ruth Santos em 12 de September de 2021 , marcado como

A semana foi mais curta no mercado financeiro, mas isso não impediu de ter sido uma semana intensa no mercado. Vamos relembrar os principais acontecimentos que movimentaram o mercado financeiro na semana de 06/09 a 10/09.

Mercado financeiro

ações abaixo de 15 reais

O mercado começou a semana repercutindo o impacto fiscal da reforma de IR. O Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) havia divulgado na sexta anterior (3) um estudo que calcula a perda de BRL 28,9 bilhões.

O ministério da economia, por sua vez não nega que o projeto deve gerar rombo de cerca de BRL 47 bilhões a todos os entes federativos, mas disse que o aumento estrutural de BRL 58,5 bilhões na arrecadação mais do que cobre a mudança.

Além disso a semana começou com a expectativa do feriado de 7 de setembro que deu muito o que falar no âmbito político, ainda diante das incertezas e tensões entre os três poderes, na segunda a bolsa brasileira fechou em alta de 0,80% e o dólar caiu 0,15%. Nos Estados Unidos não teve pregão na segunda devido ao feriado do Dia do Trabalho por lá.

No feriado houve uma série de protestos marcados para o Dia da Independência, o dia foi marcado por manifestações a favor e contra o presidente, Jair Bolsonaro, em clima de tensão inflado ainda pelas falas do mandatário durante o dia, que mesmo não citando nomes, falava indiretas à alguns ministros do STF, o qual o presidente tem tido algumas desavenças, principalmente Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, com isso era de se esperar que bolsa amargasse perdas no dia seguinte.

O Ibovespa caiu 3,78%, o pior dia desde março e o terceiro pior pregão do ano.

Já nos Estados Unidos, a cautela diz respeito à possibilidade de um novo surto da pandemia. Isso aconteceria junto com a retirada de estímulos por parte do Fed, o que pode acontecer ainda esse ano. Vale lembrar que por lá o mercado de trabalho ainda está distante do que era antes da pandemia.

Na sexta o mercado acordou com os ânimos apaziguados, o que deu um suspiro para a bolsa. Na quinta a bolsa havia subido 1,72% após uma declaração mais amigável de Bolsonaro, mas não impediu da bolsa fechar o pregão no negativo, caindo 0,93%, o dólar teve alta de R$ 0,76% fechando em R$ 5,27.

Economia

Pressionado pelo aumento da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,83% em maio, 0,52 ponto percentual acima de taxa de 0,31% registrada em abril, conforme divulgado na última quarta (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Com isso, a disparada deixa a inflação acumulada em 12 meses muito acima do teto da meta do governo para o ano.

Além da energia elétrica, o que contribuiu para alta da inflação foi o combustível, a gasolina beirando os R$ 7,00 também é um dos produtos que tiveram seus preços disparados esse ano.

A carne também teve um grande impacto na inflação, tendo aumento de 38% o preço em 12 meses.

Movimento do Bitcoin

Essa semana o governo de El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal, sendo o primeiro país a tomar essa medida.

Com isso, empresas deverão aceitar o pagamento com a criptomoeda junto com dólares estadunidenses – a moeda corrente do país desde 2001.

Segundo o presidente, Nayib Bukele, que foi um dos principais signatários da medida, o uso do Bitcoin ajudará os cidadãos a economizar US$ 400 milhões anuais em camisões para remessas.

Greve dos caminhoneiros: sombra do passado

Quem era atento às notícias, lembra bem de 2018, quando o caos se instalou com a grave dos caminhoneiros.

Em maio do mesmo ano a bolsa caiu quase 5% com as ações da Petrobrás tombando quase 14% após os caminhoneiros entrarem em greve em todo o país. Na quarta essa pauta veio à tona. Por quê?

Uma greve da categoria bloqueou rodovias em 14 estados. Os impactos desse bloqueio foram sentidos em algumas cidades, faltando gasolina nos postos. O presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio para tentar amenizar a situação com os manifestantes, no áudio o presidente chamava os caminhoneiros de “aliados” e diz que a greve “atrapalhava a economia”.

Os envolvidos reivindicaram a baixa do preço do combustível e o piso mínimo do frete. Vale lembrar que a ação ocorreu um dia após o ato a favor do presidente.