Apelidada de “Novo Egito”, cidade de Cabo Frio, na região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, atraiu a atenção das autoridades e se torna alvo de inquéritos por suspeita de golpes com criptomoedas e Bitcoin.
O apelido de “Novo Egito” de Cabo Frio se dá por conta da quantidade exarcebada de golpes e esquemas de pirâmide que operam na região.
O programa Fantástico, revelou em sua última edição, domingo (22), um esquema de pirâmide que está sendo alvo de investigação do Ministério Público (MP), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela polícia Federal (PF) na cidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro.
No esquema de pirâmide financeira, as novas pessoas que se afiliam ao esquema, o investimento inicial que fazem serve para remunerar quem já está dentro do negócio. Quando param de surgir novos membros para financiar o esquema, o valor aplicado é perdido.
Algumas pessoas procuram calcular o momento certo de entrar em uma pirâmide, porque na possibilidade do negócio ruir, terão um retorno garantido do investimento.
É preciso ficar atento para se prevenir dos golpes de pirâmides. É preciso conferir os registros das empresas e nos certificados emitidos pela CVM, Banco Central e Bovespa para oferecer serviços financeiros.
Como as criptomoedas não possuem regulamentação no Brasil, intermediários mal intencionados buscam lucrar alto enganando as pessoas interessadas em ativos legítimos como o Bitcoin. Para investir no mercado de criptomoedas e Bitcoin, dê preferência para corretoras conhecidas e seguras, como a Binomo, Binance e a eToro. Além disso, fuja de promessas de ganhos muito acima do comum, sendo até considerados irreais. Lembre-se de que a própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não garante retorno do investimento realizado em renda variável.
Com o alto número de esquemas de pirâmide que surgiram no local, a cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, ainda recebeu o apelido de “Novo Egito”, sendo considerado por criminosos como um “paraíso” para estes tipos de golpes financeiros.
Gleidson Acácio dos Santos é o principal alvo das investigações. Ele é dono da G.A.S. Consultoria Bitcoin, empresa que detém o maior número de investidores em criptomoedas da cidade. A consultoria possui denúncias na Comissão de Valores Mobiliários, Polícia Federal e Ministério Público.
A reportagem do Fantástico obteve acesso aos autos da investigação contra a G.A.S. Consultoria, revelando o depoimento que prestou aos promotores. Glaidson Acácio disse em seu depoimento que sua empresa não atua no mercado de criptomoedas, apenas com inteligência artificial, tecnologia da informação, produção e softwares e computação robótica, dando consultoria sobre os temas.
Em abril de 2021, foram apreendidos mais de R$ 7 milhões em um helicóptero em Búzios. O dinheiro pertencia a G.A.S., como apresentou o Fantástico. Glaidson segue investigado pela Polícia Federal com inquérito em aberto. Vale lembrar que no momento os acusados são alvo de investigação e portanto as autoridades ainda não chegaram a nenhuma conclusão sobre os investigados.
A Comissão de Valores Mobiliários emitiu um parecer afirmando que a consultoria tem indícios de operações em esquema de pirâmide financeira. Outro inquérito de investigação pode tratar de um crime contra a economia popular.
Um ponto de atenção é que a G.A.S. Consultoria não possui qualquer site ou rede social para divulgar os serviços aos clientes. A empresa emitiu uma nota informando que a empresa atua apenas no ramo de consultoria, não compactuando com ilegalidades, além de estar à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos.
Além da G.A.S., outras nove empresas são investigadas pelo Ministério Público, Polícia Federal e CVM.
O Fantástico exibiu ontem, domingo (22), a segunda reportagem sobre o assunto em duas edições seguidas. O que despertou atenção foi um episódio violento na Região dos Lagos envolvendo o trader, Wesley Pessano, morto a tiros dentro de um veículo de luxo.
Sócio de uma empresa de investimentos, Wesley Pessano, pode ter sido executado devido a uma disputa por clientes, dizem os policiais da região.
O episódio violento escancarou o problema da região, apelidada de “Novo Egito” por ser o paraíso das pirâmides. De acordo com a reportagem do Fantástico, a investigação sugere que para captar clientes, as empresas estariam ameaçando empresários e traders concorrentes. O incidente ainda está sendo investigado pelas autoridades.
As autoridades locais estão voltadas para os problemas no mercado de criptomoedas da cidade de Cabo Frio e toda a Região dos Lagos. Foi montada uma força-tarefa para apurar as denúncias recebidas e investigar os acontecimentos.
Com forte pressão dos investidores e com os inquéritos locais, diversas empresas investigadas como possíveis golpes começaram a encerrar as atividades no local. Um grupo armado protestou contra uma empresa de Bitcoin no Cabo Frio no início do mês de julho.
Após o episódio, a empresa Black Warrior encerrou suas operações na cidade. A empresa Black Warrior não tem site oficial, nem página nas redes sociais e não é habilitada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os empresários a frente desta empresa, assim como outras investigadas, serão intimados a prestar esclarecimentos para as autoridades.
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