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Guerra aquece o mercado de criptoativos e aumenta os debates sobre regulação

Postado por em 23 de March de 2022 , marcado como , ,

Guerra entre Rússia e Ucrânia cria uma nova condição no mercado das criptomoedas, o que tem gerado bastante discussão econômica.

Guerra faz aumentar debates sobre criptomoedas

Criptomoedas utilizadas para socorrer ucranianos também estariam ajudando oligarcas russos alvos das sanções financeiras.

Em um fórum online a respeito da inovação de regulamentos internacionais do Banco Central Europeu (BCE) nesta terça-feira (22), a presidente da instituição, Christine Lagarde, fez comentários contra as criptomoedas considerando-as como “ameaça” ao mencionar a quantidade de rublos russos trocados por criptoativos com o intuito de ludibriar as sanções financeiras impostas à Rússia desde a invasão da Ucrânia, no último dia 24 de fevereiro.

De lá pra cá, as moedas digitais, rejeitadas pela fala de Lagarde, também já somaram um montante de cerca de US$ 100 milhões em doações para socorrer os ucranianos, o que demonstra um outro lado dos criptoativos, cujas discussões se disseminaram a partir do início da guerra, incluindo os debates sobre a regulamentação do setor, que registrou ganhos após o início dos conflitos.

“É uma ameaça? Sim, certamente utilizadas como um meio para tentar burlar as sanções que foram decididas por inúmeros países ao redor mundo contra a Rússia e outros atores específicos evidentemente tentam converter os seus rublos em criptoativos”, disse Christine Lagarde.

Apesar de ter lembrado que os refugiados ucranianos têm dificuldade de trocar suas grívnias (moeda da Ucrânia) por euros ou até mesmo outras moedas, ao cruzarem as fronteiras, pela inexistência de um câmbio de referência, Lagarte salientou que sua grande preocupação era os criptoativos no contexto russo.

Criptomoedas na Rússia geram grande preocupação

Porém, a preocupação da presidente do BCE já é motivo de monitoramento de autoridades financeiras mundiais em relação às preocupações do uso de criptomoedas como forma de contornar as sanções econômicas impostas pelo Ocidente à Rússia, embora algumas corretoras de criptoativos se recusam a descontinuar as operações realizadas por cidadãos russos fora da lista dos aliados do presidente Vladimir Putin.

No decorrer de uma conferência em Londres, o membro do secretariado do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), Patrick Armstrong confirmou que “estamos monitorando a situação relativa ao uso de criptos no conflito”, acrescentando que o FSB, que reúne reguladores econômicos, bancos centrais e ministérios de finanças das vinte maiores financeiras mundiais, está compartilhando informações, de acordo com o que noticiou o Uol.

Fora o monitoramento das autoridades, o volume do mercado de cripto, aproximadamente US$ 2 trilhões, comparado à economia russa, também vai em direção contrária ao discurso de Lagarde, porque o mercado tem uma limitação.

Foi o que comentou o CEO e fundador do marketplace Conztellation, Isielson Miranda, em uma publicação da IstoÉ.

“O mercado de criptomoeda hoje gira em torno de US$ 2 trilhões. Ou seja, a economia russa representa 75% do mercado mundial de criptomoedas. Não seria possível atender todas as necessidades. E mesmo que se consiga comprar criptos, quando precisar transformar em outras moedas não será possível, porque o mercado financeiro na Rússia está travado, explicou.”

O impedimento em transformar criptomoedas em outras moedas e ativos, que alcançou em cheio oligarcas russos, estaria ao que parece sendo contornado em certos países onde algumas empresas estariam sendo assediadas a liquidar bilhões de dólares em cripto com o objetivo de ajudarem os bilionários russos a proteger seus patrimônios.

Evento que deve avançar os debates relacionados à regulamentação dos criptoativos em muitos países, como forma de aumentar o controle e proteger os investidores.

Guerra aumentou uso de criptomoedas

Porém os números também mostram que os criptoativos estão nas duas trincheiras da guerra. Foi o que mostrou um levantamento da empresa de investimentos em ativos digitais CoinShares.

De acordo com a plataforma, as transações com criptoativos em território russo cresceram 231% em quase um mês de conflito. No mesmo período, as transações aumentaram 107% em solo ucraniano.

A primeira guerra depois do surgimento das moedas digitais, em 2008, também inaugurou a possibilidade humanitária deste setor, algo inesperado em outros conflitos da trajetória da humanidade.

“Pela primeira vez na história US$ 100 milhões em doações chegaram rapidamente para ajudar as pessoas na Ucrânia. E isso só pode ser feito por causa das criptomoedas, defendeu Isielson Miranda.”

Embora tenha sofrido com a fuga de capitais rumo a mercados menos voláteis, as criptomoedas apresentaram reação, de acordo com Miranda, que salientou a atransação acima dos US$ 44 mil do Bitcoin no início deste mês.

“Quando todo o mundo coloca sanções contra um país cuja economia é imensa como a Rússia, a possibilidade das criptos correrem por fora é muito grande. E seria ainda maior se houvesse também a troca dessas moedas de pessoa para pessoa, o chamado P2P, justificou.”

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