13 horas de conteúdo, 20 atrações e 30 palestras. Este foi o resultado da Blockspot Conference Latam, evento sediado em São Paulo e que contou com mais de 600 participantes apaixonados por blockchain e criptomoedas.
Durante os dias 28 e 29 de maio, entusiastas, investidores e especialistas discutiram as aplicações e desdobramentos da tecnologia que promete revolucionar a forma como vivemos.
Após um primeiro dia focado na internet da confiança – com palestras sobre blockchain aplicado à área de saúde, financiamento de empresas através de ICOs e a influência no ambiente corporativo – o segundo dia contou com muitas apresentações e painéis voltados para os aspectos jurídicos da tecnologia.
No palco Investimento, Gustavo Cunha discorreu sobre os aspectos operacionais, jurídicos e financeiros dos investimentos em criptoativos, enquanto que, simultaneamente, o palco Gêneses debateu o poder dos contratos inteligentes e o posicionamento de advogados e agentes da lei diante do blockchain e suas implicações para o futuro.
No painel Blockchain, Governo e Sociedade, as advogadas Graziela Brandão e Natália Garcia, juntamente com a Juíza Renata Baião e Pedro Almeida, Product Manager da Udacity, discutiram a posição do governo diante do blockchain.
Natália Garcia comentou os bons exemplos da Estônia e Dubai que, por iniciativa estatal, estão implementando a tecnologia blockchain às suas políticas públicas.
“Um ponto para destacar em relação a Estônia é que [o interesse pelo blockchain] veio de cima pra baixo. O governo se lançou como esse país que queria ser reconhecido como uma vanguarda tecnológica. Bem à frente do Brasil, que ainda mantem uma mentalidade atrasada”, ponderou Gaziela Brandão.
Opinião que foi compartilhada por Garcia. “Eu ouso dizer que no Brasil temos o oposto. O povo quer avançar, mas o Estado intervêm com medidas impeditivas”.
O segundo painel do dia, Legalize Blockchain, abordou os aspectos regulatórios das criptomoedas e outras aplicações baseadas em blockchain. Os advogados Amanda Lima, Fernando Mauro Barrueco, Diego Perez e Fabio Alves Moura, foram os integrantes deste debate.
Amanda Lima defendeu o uso da tecnologia blockchain, aplicado aos smart contracts, como um elemento para aumentar a transparência e confiança entre as negociações.
Partindo do mesmo princípio dos contratos tradicionais, os smart contracts, ou contratos inteligentes, servem para concretizar um acordo entre os envolvidos. A grande diferença é que um contrato inteligente consegue executar as clausulas estabelecidas de forma automática.
Sobre o posicionamento do Brasil em relação às criptomoedas, todos foram unânimes quanto a necessidade de regulamentação.
Barrueco argumentou que, por ser um ativo, as criptomoedas deveriam receber atenção especial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O advogado defende que com a regulação, as criptomoedas serão melhor aproveitadas pelos investidores.
Para Diego Perez a regulamentação é necessária, mas deve-se levar em conta as características inerentes as criptomoedas. “Uma ausência total de regulação é ruim, mas um excesso também é prejudicial”.
O aspecto jurídico foi apenas um dos pontos de destaque do Blockspot Conference LATAM, que em sua primeira edição conseguiu abordar a tecnologia de forma ampla e garantiu um bom engajamento entre os entusiastas e investidores.
Marcos Basso, um dos organizadores da conferência, ponderou que eventos como esse são importantes para consolidar a tecnologia no mundo corporativo, além de “tratar o blockchain com toda a seriedade que lhe é merecida e mostrar que a tecnologia vai muito além do Bitcoin ou das criptomoedas”.
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