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Como a Blockchain vai resguardar nossa privacidade, em um mundo de vigilância onipresente?

Postado por em 24 de August de 2018 , marcado como , , , , , , , , ,

A última década do século passado, fincou as bases de um mundo que se tornaria cada vez mais conectado e ubíquo. No entanto, nos é cobrado um alto preço por toda a praticidade da rede: nossos dados. A internet expandiu o alcance do mundo que nos rodeia, mas também colocou em cheque o nosso direito à privacidade. Mas nem tudo está perdido. A tecnologia blockchain pode ser uma alternativa para refrear infrações contra os direitos dos cidadãos.

A cada dia testemunhamos mais e mais a adoção da blockchain e o aumento do uso das criptomoedas. As vantagens de registar informações que podem ser validadas e monitoradas por uma comunidade descentralizado, faz da tecnologia um divisor de águas no que se refere a privacidade dos usuários.

Aqui estão três exemplos do potencial da blockchain que afetarão nossa abordagem à censura, à privacidade e até mesmo ao controle da riqueza.

Burlando a censura

A dependência crescente em relação as mídias sociais e as gratificações instantâneas da internet, tornou as pessoas cada vez mais condescendentes com o destino das suas informações.

A privacidade oferecida pela maioria dos serviços de mídia que utilizamos, como Facebook, Telegram, e até mesmo o WhatsApp que dependem de componentes centralizados para funcionar – por exemplo, serviços em nuvem e provedores de internet.

Por causa da necessidade de expandir a comunição, o WhatsApp surgiu como um aplicativo que era muito a frente na sua época. Após a invenção do WhatsApp, outros como WeChat comecaram a surgir em mercados asiàticos.

Como resultado, esses poderosos agentes têm a capacidade de não apenas coletar dados de conversação em escala industrial, mas também de desligar completamente os sistemas de comunicação por puro capricho.

Os problemas enfrentados pela impressa turca é um bom ilustrador de casos arbitrários contra o direito à privacidade. No primeiro semestre desse ano o governo boqueou o acesso ao provedor de e-mails ProtonMail, para censurar o fluxo de informações que entravam e saíam do país.

A plataforma oferece criptografia end-to-end, tornando matematicamente impossível para as empresas examinar as informações dos usuários. Além disso, os e-mails enviados são destruídos automaticamente depois de recebidos.

Os aplicativos construídos a partir da tecnologia blockchain vêm para solucionar o problema, já que são à prova de censura; o que limitaria a capacidade dos governos de banir plataformas criptografadas.

Informação é poder…e dinheiro!

O upload de informações bancarias, endereços residenciais e número do CPF se tornaram a norma na rede (quem nunca?). O problema é que com a exposição contínua dos nossos dados confidenciais, nos tornamos vulneráveis não apenas a ação de hackers, mas também de plataformas que abusam de lacunas nos acordos dos serviço, a fim de vender nossas informações a governos ou para terceiros.

O escândalo envolvendo a Cambridge Analytica revelou que a empresa obteve indevidamente os dados de mais de 80 milhões de usuários do Facebook.

Com a tecnologia distribuída, os cidadãos teriam a capacidade de armazenar suas informações em um livro-razão seguro e descentralizado. Nesses moldes, o usuário mantêm a propriedade dos dados, decidindo quando e onde serão compartilhados.

Sem as informações, se torna mais difícil manipular ou direcionar usuários desavisados por certos caminhos comportamentais.

Descentralizando o controle da riqueza

A influência do Estado e pequenos grupos sobre o sistema financeiro é historicamente forte. Porém, a medida que novos modelos de economia global surgem, os cidadãos se veem diante do acesso a formas de riqueza e mercado que estão fora do alcance de seus governos. O caso mais famoso é o Bitcoin.

Governos autocráticos, como o chinês, que vigia e rastreia cada atividade online da população, respondem buscando maneiras de manter o controle sobre o acesso aos recursos financeiros de um indivíduo.

As criptomoedas alimentadas por blockchain têm o poder de inverter essa tendência, visto que elas podem permitir que as pessoas participem de uma forma alternativa de financiamento, que não esteja sujeita ao julgamento do Estado. Como? Removendo o intermediário das transações.

O efeito será amplificado à medida que mais fornecedores adotarem a criptomoeda. Aqueles em posição de poder sabem que a existência de dinheiro alternativo enfraquecem seu status quo. Não é surpresa que países com forte controle do Estado tenham feito tentativas de banir as exchanges de criptomoedas.

A ascensão da blockchain sinaliza uma chance de derrubar o nosso atual castelo de cartas reconstruí-lo – só que desta vez com uma base verdadeiramente centrada na privacidade.

E assim, a tecnologia disruptiva nos permitirá inaugurar uma nova era de pensamento livre, à medida que uma nova internet surgir.

Fonte: Entrepreneur

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