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Saiba quem foi o brasileiro que ganhou a bolsa internacional para estudar o código do Bitcoin

Postado por em 6 de April de 2022 , marcado como ,

O brasileiro ganhará bolsa com o intuito de avançar nos estudos e nas pesquisas sobre o Bitcoin; ele foi o único brasileiro que ajudou com o Taproot.

Brasileiro ganha bolsa da fundação brink

A Fundação Brink divulgou na segunda-feira (04) os ganhadores de sua bolsa de pesquisas para desenvolvedores que atuam no código aberto do Bitcoin.

Um deles é o brasileiro Bruno Garcia, que trabalha como desenvolvedor back end no Mercado Bitcoin e conciliará as funções de pesquisador com o atual emprego.

Bruno ganhou destaque na comunidade Bitcoin ao reconhecer um ponto a ser corrigido no código do Taproot, que é a atualização mais importante do Bitcoin e que foi implementada em novembro de 2021.

O brasileiro encontrou uma inconsistência no código e recomendou uma correção no teste funcional do Taproot.

Todo o debate a respeito da identificação da inconsistência e como manusear a situação podem ser lidos (em inglês) no Github.
Agora que Bruno ganhou a bolsa, ele quer permanecer nesse caminho de identificação de falhas em testes funcionais.

“O foco é continuar ajudando nos testes e revisões de pull requests, melhorar os testes funcionais cobrindo mais funcionalidades, estudar mais sobre testes de mutação para implementar no Core e algumas outras coisas mais de wallet, network, peer to peer”, afirmou.

O desenvolvedor esclarece que pull request é quando alguém quer adicionar/remover/modificar algo no código, só que para que isso seja aprovado e aceito, é necessário que outros desenvolvedores examinem e testem o que está sendo colocado.

Os testes de modificação e alteração são automatizados no código que “modifica” alguma parte do código de propósito para ver se indica algum erro.

“A ideia é aplicar isso como mais uma ferramenta que ajuda os devs a testarem a aplicação”, comenta.

Questionado a respeito do espaço que enxerga para melhoria no projeto Bitcoin como um todo, Bruno afirma que existem projetos muito interessantes sendo executados no Bitcoin Core.

“Algumas melhorias no build (guix), o projeto do assume UTXO, melhorias em alguns aspectos referentes a mempool, implementação do BIP324, entre outros”, comenta.

A Fundação Brink

A Fundação Brink foi criada em 2020 com um aporte financeiro de John Pfeffer e Wences Casares.

A Fundação tem como objetivo incentivar projetos que ajudem a aprimorar, desenvolver e fortalecer o BTC e faz isso através de bolsas para pesquisas.

Casares é um dos pioneiros do Bitcoin na Argentina e foi responsável por difundir a palavra de Satoshi no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Brasileiro se destaca na comunidade do BTC

Bruno Ely Reis Garcia, tem 22 anos e já é um dos 16 nomes que compõem a lista de colaboradores do Bitcoin Core 0.21.1, a versão da criptomoeda que deu início ao período de ativação da Taproot (a atualização mais importante do BTC que ocorre de quatro em quatro anos).

Ele é o único brasileiro que contribuiu diretamente com melhorias na nova versão do código aberto do BTC.

Bruno ouviu falar em moedas digitais pela primeira vez no ano de 2015 e já naquela época, tentou minerar BTC em um computador antigo que tinha em casa, mas não prosperou.

A partir daí, a curiosidade e o interesse pela área só cresceu e ele passou a estudar a parte teórica da criptomoeda, se formando mais tarde em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

A alteração #21081 do brasileiro removeu uma instrução de retorno dispensável que estava dificultando o andamento dos testes automatizados.

Esses testes são interessantes para certificar que não exista qualquer brecha no código que possa ser explorada por um agente mal-intencionado no futuro.

O erro que ele verificou estava no código escrito por Pieter Wuille, que é um dos desenvolvedores mais respeitados da indústria e um dos criadores da Proposta de Melhoria do Bitcoin (BIP, na sigla em inglês) que introduziu a Taproot.

Taproot e a diminuição de custos

Taproot é um protocolo que simplifica negociações complicadas e diminui as taxas da rede.

Da maneira que era antes dele, as negociações complexas do Bitcoin adicionam muitos códigos à blockchain e são prontamente identificáveis.

Isso torna mais fácil investigar o fluxo de dinheiro, cresce desnecessariamente a rede e encarece as taxas.

Não é o melhor para um sistema de pagamentos com objetivo na privacidade e com pouco espaço.

A Taproot junta negociações complexas com as simples, tornando difícil identificar a procedência delas, ao mesmo tempo que economiza dados.

Isso também diminui os custos para negociações complicadas.

A última grande atualização foi a Segregated Witness (SegWit) em 2017, que retirou alguns dados de negociações a fim de permitir que os blocos lidassem com mais negociações.

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